O julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) teve um momento de destaque para a defesa do general Walter Braga Netto. O advogado José Luis Mendes de Oliveira Lima, conhecido como Juca, dedicou sua sustentação oral a descredibilizar a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A defesa de Braga Netto afirmou que seu cliente pode ser condenado à prisão com base apenas em uma “delação mentirosa”.
Segundo o advogado, o depoimento de Mauro Cid, que incrimina Braga Netto, foi prestado após quatro meses de prisão, e o próprio delator teria afirmado em áudios ter sido coagido a falar. Juca também destacou que Cid teria apresentado 15 versões diferentes para os fatos investigados e que a informação sobre uma suposta entrega de dinheiro para financiar o golpe só surgiu 15 meses após o primeiro depoimento.
Julgamento dos réus da trama golpista no STF
A sessão desta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, foi a segunda do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados. A defesa de Braga Netto ressaltou que, mesmo com mais de 500 páginas de alegações finais, a acusação não apresentou uma única prova contra o general além da palavra de Mauro Cid. “Não se pode condenar alguém com base em narrativas, mas com base em provas”, defendeu o advogado.
O julgamento da Primeira Turma do STF deve continuar nos dias 9, 10 e 12 de setembro, quando será proferida a sentença final sobre os réus. O grupo faz parte do núcleo central da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Além de Bolsonaro e Braga Netto, também são julgados Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid.