A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou no STF que ele não sabia de nenhuma conspiração para golpe de Estado e que estava afastado de Jair Bolsonaro. Durante o segundo dia de julgamento da trama golpista, o advogado Matheus Milanez argumentou que o general se distanciou da cúpula do poder quando Bolsonaro se aproximou do Centrão.
Segundo a defesa, a influência de Heleno diminuiu, e ele nunca discutiu sobre um possível golpe com o ex-presidente. Milanez apresentou como prova do distanciamento uma anotação na agenda do general, que sugeria que Bolsonaro tomasse a vacina contra a covid-19.
Argumentos da defesa
Matheus Milanez rebateu as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR), que se baseavam em uma fala de Heleno sobre a necessidade de “fazer alguma coisa antes das eleições”. O advogado explicou que a frase tinha um sentido legalista, defendendo que não se pode fazer nada depois do resultado das urnas.
A defesa ainda alegou que a única prova que incriminaria Heleno, uma agenda particular, teria sido manipulada pela Polícia Federal. O julgamento da Primeira Turma do STF continua nos dias 9, 10 e 12 de setembro, quando será conhecida a sentença dos oito réus da denúncia.