A defesa do almirante Almir Garnier negou nesta terça-feira, 2 de setembro, que o militar tenha colocado as tropas da Marinha à disposição para uma tentativa de golpe de Estado. Durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Demóstenes Torres refutou as acusações de que Garnier teria oferecido apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro para a decretação de um estado de sítio ou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no final de 2022.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Garnier teria participado de uma reunião em que foram apresentadas minutas de medidas de exceção. O advogado, no entanto, afirmou que essa reunião “não existiu” e considerou a acusação como o ponto principal da denúncia. Demóstenes Torres também pediu a anulação da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Defesa de “bobagens” sobre urnas
Em sua sustentação oral, Demóstenes Torres defendeu a liberdade de expressão e a tolerância a “bobagens” sobre as urnas eletrônicas. Ele questionou se o ato de dizer que as urnas são sujeitas a fraudes ou que precisam de voto impresso configura um crime de golpe de Estado, alegando que “temos que tolerar essas bobagens”.
O julgamento da trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, segue no STF com a manifestação das defesas dos acusados. As penas para os crimes imputados podem ultrapassar 30 anos de prisão.