A defesa de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), negou no Supremo Tribunal Federal (STF) que ele tenha ordenado o monitoramento ilegal de ministros da Corte e de opositores políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o julgamento da trama golpista, o advogado Paulo Renato Cintra argumentou que os casos citados na denúncia ocorreram antes de Ramagem assumir a direção da Abin.
Cintra também refutou a acusação de que Ramagem teria munido Bolsonaro com informações falsas para descredibilizar o sistema eleitoral. Segundo o advogado, os arquivos enviados ao ex-presidente eram baseados em informações públicas, discursos do próprio presidente e anotações pessoais. “Ramagem não era um ensaísta de Jair Bolsonaro. Ramagem compilava pensamentos do presidente da República”, disse.
Acusações e crimes imputados
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Ramagem de atuar para desacreditar as urnas eletrônicas e de integrar uma organização criminosa para divulgar notícias falsas. A PGR também alega que o ex-diretor participou de uma “Abin paralela” para obter informações contra os opositores de Bolsonaro.
Por ser deputado federal, Ramagem responde a três dos cinco crimes imputados pela PGR: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. As acusações relacionadas aos atos de 8 de janeiro foram suspensas devido à sua imunidade parlamentar.