A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), interveio no julgamento da trama golpista para rebater o advogado Paulo Renato Cintra, defensor do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. O fato ocorreu nesta terça-feira, 2 de setembro, após o advogado usar as expressões “voto impresso” e “voto auditável” como sinônimos em sua sustentação oral.
A ministra, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou categoricamente que os termos não são equivalentes. Ela destacou que as urnas eletrônicas brasileiras são auditáveis desde 1996 e que a confusão entre os conceitos era uma estratégia para colocar o sistema eleitoral em xeque. O advogado se defendeu, alegando que usou os termos da forma como apareciam nas conversas de WhatsApp entre os acusados, conforme consta no processo.
A defesa de Ramagem
Em sua sustentação, Cintra negou que Ramagem tenha participado da difusão de desinformação sobre o sistema de votação ou de monitoramentos ilegais de ministros do STF. Ele alegou que os casos de monitoramento citados na denúncia ocorreram antes de Ramagem assumir a direção da Abin.
O julgamento da trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, segue com a manifestação das defesas dos acusados.