A literatura brasileira está de luto com a morte do renomado escritor Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos. O autor gaúcho, conhecido por suas crônicas e contos repletos de humor e crítica social, estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, desde o dia 11 de agosto. Ele não resistiu a complicações decorrentes de uma grave pneumonia.
Filho do também escritor Érico Verissimo, Luis Fernando publicou mais de 80 títulos ao longo de sua prolífica carreira. Entre suas obras mais aclamadas estão “As Mentiras que os Homens Contam”, “O Popular: Crônicas ou Coisa Parecida” e “Ed Mort e Outras Histórias”. Seu livro “O Analista de Bagé”, de 1981, se tornou um fenômeno editorial, com a primeira edição esgotando em apenas uma semana.
A paixão pela escrita e pela música
Verissimo não se limitou à escrita. Ele atuou como cartunista, tradutor, roteirista e até dramaturgo. Sua obra, marcada pela ironia e perspicácia, conquistou leitores de todas as gerações. Além da literatura, ele nutria uma grande paixão pela música, em especial pelo jazz. Como saxofonista, chegou a ter a fantasia de viver apenas da sua arte musical.
Em entrevistas, o escritor revelou que sua carreira na escrita começou de forma tardia, após entrar para a redação de um jornal na década de 1960. Conhecido por sua discrição, ele costumava brincar que não era ele quem falava pouco, mas sim que “os outros é que falam muito”.
Um legado de humor e reflexão
A saúde do escritor havia se deteriorado nos últimos anos. Ele enfrentava o Mal de Parkinson, problemas cardíacos e sofreu um AVC em 2021. Em 2017, ao completar 80 anos, ele expressou seu desejo de ser lembrado não apenas por seus livros, mas também “pelo solo de um saxofone, um blues de saxofone bem acabado”.
Sua morte representa uma grande perda para a cultura nacional, mas o legado de Luis Fernando Verissimo permanece vivo em suas obras, que continuam a divertir e a fazer o público refletir sobre a vida com uma dose de bom humor.