O Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro reagiu duramente às declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler de Israel, Israel Katz, que em uma publicação em redes sociais chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”. O MRE repudiou as falas, classificando-as como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis”.
O Itamaraty cobrou responsabilidade de Katz em relação aos ataques israelenses que já resultaram na morte de milhares de palestinos em Gaza, incluindo o bombardeio recente ao hospital Nasser, que vitimou mais de 20 pessoas. O governo brasileiro lembrou que Israel está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.
Tensão nas relações diplomáticas
A tensão entre Brasil e Israel já havia se intensificado em fevereiro de 2024, quando Israel declarou Lula como “persona non grata” após o presidente classificar as mortes em Gaza como genocídio. Em resposta, o Brasil retirou seu embaixador de Tel Aviv. Recentemente, a relação foi rebaixada com a retirada da indicação de um novo embaixador de Israel para o Brasil, após o Itamaraty não conceder o agrément.
As críticas de Katz também se relacionam com a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), ocorrida em julho de 2025. O Brasil deixou a organização após aderir a uma ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça, o que foi usado por Katz para criticar o posicionamento brasileiro.