O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu, nesta terça-feira (26), a segunda reunião ministerial de 2025 no Palácio do Planalto, com foco no alinhamento estratégico do governo e na avaliação das políticas públicas em andamento. Na abertura, Lula destacou a importância da soberania nacional, da negociação internacional e da reforma das instituições multilaterais.
“Somos um país soberano. Temos uma Constituição e uma legislação, e quem quiser entrar em nossos 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no espaço aéreo, marítimo ou nas florestas, deve prestar contas à nossa legislação”, afirmou o presidente, reforçando a defesa de um mundo democrático e multilateralista.
O encontro também abordou as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e a pressão sobre as chamadas big techs. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, detalhou que 41,3% das exportações brasileiras estão isentas de tarifas, enquanto 35,6% permanecem com taxas de 50%, incluindo alimentos e setores industriais.
Como resposta, o governo lançou o programa Brasil Soberano, destinado a proteger exportadores, preservar empregos, incentivar investimentos e garantir desenvolvimento econômico. O plano prevê R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões do BNDES para crédito acessível, além de ampliar linhas de financiamento, prorrogar suspensão de tributos e facilitar compras públicas.
No âmbito internacional, Lula citou a guerra Rússia-Ucrânia, criticando o foco no rearmamento em detrimento de investimentos sociais e ambientais. Ele também abordou a violência na Faixa de Gaza, classificando a situação como genocídio, e cobrou maior atuação de organismos multilaterais.
O presidente voltou a defender mudanças na governança global, em especial a reforma do Conselho de Segurança da ONU, para que organismos internacionais tenham poder real de intervir em crises humanitárias e conflitos armados, garantindo paz e direitos humanos.