Uma iniciativa liderada pela indústria brasileira deve aumentar a participação do setor privado na COP30, a ser realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou a Sustainable Business COP30 (SB COP) para buscar e multiplicar boas práticas e casos de sucesso em mais de 40 milhões de empresas de 60 países.
O objetivo da CNI é fortalecer a presença do setor privado em processos multilaterais, apresentando ações concretas sobre descarbonização, economia de baixo carbono e financiamento climático. O projeto quer criar um canal permanente de contribuições empresariais para esta e as próximas conferências do clima.
O poder de compartilhar boas práticas
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SB COP, Ricardo Mussa, avalia que o setor privado estará cada vez mais bem organizado para ser representado nas COPs. A plataforma permitirá o compartilhamento de ideias que funcionam e ajudará o Poder Público a construir políticas públicas com base em exemplos de sucesso.
Segundo Mussa, a edição brasileira da COP30 será focada na implementação das ações já negociadas. O empresário acredita que o setor privado brasileiro pode liderar essa discussão e que a base de dados de boas práticas receberá muitas iniciativas do país. O prazo para envio de sugestões de casos bem-sucedidos vai até 1º de setembro.
Desenvolvimento e sustentabilidade caminham juntos
O gaúcho Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30, vê a SB COP como uma importante ferramenta para pensar o tema da implementação das decisões. Ele prevê que essa será a pauta principal das próximas conferências. Ioschpe afirmou que não há mais a possibilidade de desenvolvimento sem sustentabilidade.
“Ou vamos ter um caminho de desenvolvimento socioeconômico sustentável ou vamos ter um regresso nos níveis de desenvolvimento”, pontuou. O especialista usou o exemplo de sua cidade, Porto Alegre, onde os custos dos eventos climáticos já começam a drenar a possibilidade de se acelerar o desenvolvimento.