Porto Velho, capital de Rondônia, é uma cidade marcada por paisagens deslumbrantes, riqueza cultural e histórias que remontam à construção da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM). A ferrovia, construída entre 1907 e 1912, envolveu trabalhadores de mais de 50 países, com 366 quilômetros de extensão, ligando a Bolívia ao trecho navegável do rio Madeira, com o objetivo de explorar a região rica em látex.

Segundo historiadores, a construção da Madeira-Mamoré foi fundamental para a fundação do município. Através da Lei nº 757, de 2 de outubro de 1914, sancionada por Jonathas de Freitas Pedrosa, então governador do Estado do Amazonas, foi criado o Município de Porto Velho, instalado em 24 de janeiro de 1915. O major do exército Fernando Guapindaia de Souza Brejense foi nomeado superintendente da nova cidade.
Origem do nome
Existem duas versões para o surgimento do nome Porto Velho, conforme explica o historiador e professor Aleks Palitot.
A primeira é a lenda do “velho Pimentel”, um homem que cortava lenha para os navios a vapor que recolhiam borracha em Santo Antônio. “Todo mundo parava ali no porto do velho para comprar lenha. Não há comprovação histórica, mas a lenda prevaleceu”, afirma o historiador.
A segunda versão tem base histórica e documental: o local era referido como ponto velho militar ou porto velho militar. Após a Guerra do Paraguai (1870), Dom Pedro II criou um destacamento militar na região de Santo Antônio do Alto Madeira, Mato Grosso, e um pequeno porto militar. Com o abandono do porto após a guerra e a construção de um porto novo, a região passou a ser conhecida como Porto Velho Militar.
Antes da cidade
Antes da chegada dos trabalhadores e do início das obras da EFMM, a região já era habitada por cerca de 7 mil indígenas Karipuna, que viviam ao longo do trecho onde hoje se localiza Porto Velho.
A cidade, seja pelo velho Pimentel ou pelo porto velho militar, segue agora rumo aos 111 anos, celebrados em 2 de outubro. Porto Velho é uma terra de histórias de desbravadores, militares, imigrantes e indígenas que, juntos, construíram a “princesinha do Madeira”.