A proporção de brasileiros que moram sozinhos cresceu 52% no período de 2012 a 2024. De acordo com uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE, o número de domicílios com apenas um morador saltou de 7,5 milhões para 14,4 milhões. Com isso, um em cada cinco lares no país é habitado por uma única pessoa.
O analista da pesquisa, William Kratochwill, aponta que o envelhecimento da população é um dos principais fatores para essa mudança. Pessoas com 65 anos ou mais, por exemplo, representam 40% dos moradores únicos. A migração para trabalho e divórcios também são fatores que impulsionam o fenômero.
Diferenças regionais e de gênero
Os dados do IBGE mostram que o Rio de Janeiro (22,6%), Rio Grande do Sul (20,9%), Goiás (20,2%) e Minas Gerais (20,1%) são os estados com maior proporção de lares unipessoais. Já no Norte e Nordeste, os percentuais são menores, com o Maranhão em último lugar, com 13,5%.
Embora a maioria das pessoas que moram sozinhas seja homem (55,1%), a faixa etária se difere por gênero. Entre os homens, a maior parte (57,2%) tem entre 30 e 59 anos, enquanto entre as mulheres, o grupo predominante é o de mais de 60 anos, geralmente viúvas.
A pesquisa também revelou uma diminuição na participação de outros tipos de arranjos familiares, como famílias nucleares e estendidas. A população do Brasil em 2024 era de 211,9 milhões de pessoas. Quase metade (42%) dos moradores vive na Região Sudeste, e 22% do total da população está no estado de São Paulo.