Um diagnóstico socioeconômico e ambiental inédito está sendo realizado pelo governo de Rondônia nas comunidades indígenas do estado. A iniciativa é conduzida pela Superintendência Estadual dos Indígenas (SI) e busca levantar dados precisos que subsidiem políticas públicas em áreas como educação, saúde, saneamento básico e habitação.
Entre 28 de julho e 9 de agosto, duas terras indígenas já foram visitadas: Roosevelt e Sete de Setembro. Nesta semana, de 18 a 22 de agosto, a equipe atua na Terra Indígena Rio Branco.
Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Rondônia conta com cerca de 170 comunidades distribuídas em 22 terras indígenas, todas contempladas pelo levantamento. O projeto aplica questionários e utiliza ferramentas digitais para criar um banco de dados com mapas, relatórios e arquivos vetoriais, permitindo identificar o número de famílias e as principais necessidades de cada território.
Avanço para políticas públicas
O objetivo do diagnóstico é fortalecer os mecanismos de apoio às populações indígenas e facilitar o acesso às políticas públicas. A Superintendência Estadual dos Indígenas pretende, em parceria com órgãos governamentais e não governamentais, elaborar planos de ação que atendam às demandas locais, conforme previsto pela lei de criação da SI (Lei nº 1.180, de 14 de março de 2023).
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a ação representa um avanço histórico.
“Ao visitar os territórios indígenas, ouvir diretamente as comunidades e levantar dados precisos, o governo promove um desenvolvimento sustentável, que respeita e valoriza a diversidade cultural de Rondônia”, afirmou.
Primeiros resultados
Na primeira etapa, cerca de 15 povos indígenas participaram do diagnóstico. Outras duas fases estão previstas ainda em 2025 para alcançar os demais territórios.
Os servidores responsáveis receberam capacitação em abordagens respeitosas às especificidades culturais de cada povo e no uso de ferramentas digitais.
De acordo com o superintendente da SI, Gasodá Suruí, a iniciativa é essencial para alinhar ações à realidade das comunidades.
“Este levantamento nos permite compreender as demandas indígenas e criar políticas públicas que respeitem sua diversidade e fortaleçam o desenvolvimento sustentável”, destacou.