Em um cenário em que os juros bancários continuam sendo um dos principais obstáculos para quem deseja comprar um carro, uma moto, um imóvel ou investir em um negócio, o consórcio tem se apresentado como alternativa cada vez mais popular.
Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram crescimento constante no setor, reflexo de um público que busca fugir do endividamento. Foi nesse contexto que o representante da HS Consórcios, Enoque do Carmo, detalhou, em entrevista, como funciona esse sistema e quais são suas vantagens.
Como funciona na prática
De forma simples, o consórcio é a união de pessoas com objetivos semelhantes, que formam grupos administrados por empresas fiscalizadas pelo Banco Central. Cada integrante paga parcelas mensais e, a cada assembleia, um ou mais participantes são contemplados com a carta de crédito — documento que permite a compra do bem desejado.
Enoque do Carmo ressalta que a principal diferença em relação ao financiamento é a ausência de juros. “O consórcio trabalha apenas com uma taxa de administração, que costuma ser bem menor que qualquer juro bancário”, explicou.
Modalidades de contemplação
A contemplação pode ocorrer de diferentes formas, como sorteio, lance livre ou lance fixo. Há também modalidades que valorizam a adimplência do participante. Segundo Enoque, essa variedade é o que dá flexibilidade ao sistema: “Cada pessoa pode definir a melhor estratégia de acordo com seu momento financeiro”.
Na HS Consórcios, por exemplo, existem facilidades como a possibilidade de oferecer imóvel ou veículo como lance, agilizando o acesso à carta de crédito.
Diferenças em relação ao financiamento
Enquanto o financiamento exige entrada, análise rigorosa de crédito e impõe juros altos, o consórcio apresenta vantagens como:
-
ausência de entrada obrigatória;
-
juros zero;
-
análise de crédito apenas no momento da contemplação;
-
possibilidade de usar a carta de crédito para compra, reforma, construção ou até quitação de dívidas em outros bancos.
Quem pode participar
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem ingressar em grupos de consórcio. A documentação exigida é simples — RG, CPF e comprovante de endereço no caso de pessoas físicas, e CNPJ, contrato social e documentos dos sócios no caso de empresas.
Para Enoque, o consórcio se tornou também um instrumento de inclusão: “Muitos que não teriam acesso ao crédito em bancos conseguem participar e se planejar dentro do consórcio”.
Planejamento e educação financeira
Mais do que um mecanismo de compra, o consórcio também se consolidou como ferramenta de planejamento. Ele estimula disciplina, visão de longo prazo e até pode ser utilizado como investimento. Há quem use a carta de crédito para adquirir imóveis de aluguel, transformando o consórcio em uma espécie de previdência.
“Quando bem administrado, o consórcio permite que a pessoa construa patrimônio e mantenha segurança financeira”, destacou Enoque.
Ao se consolidar como alternativa ao financiamento tradicional, o consórcio vem ganhando espaço no Brasil por unir planejamento, segurança e menor custo. A entrevista com Enoque do Carmo reforça que, diante de juros cada vez mais altos, essa modalidade passa a ocupar papel estratégico tanto para quem busca conquistar bens quanto para quem planeja investir com mais segurança.