O custo da cesta básica de alimentos caiu em 15 capitais brasileiras no mês de julho e subiu em outras 12, segundo a Análise Mensal da Cesta Básica de Alimentos, pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O anúncio da parceria e a apresentação dos dados ocorreram em evento nacional no auditório da Conab, em Brasília (DF), com transmissão simultânea em 10 capitais que passam a integrar o levantamento.
Capitais mais caras e mais baratas
Segundo a pesquisa, a queda foi puxada pelo menor preço do arroz, carne bovina, açúcar e feijão.
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São Paulo registrou o maior custo da cesta: R$ 865,90.
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Em seguida aparecem Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48).
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Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Expansão para todas as capitais
Com a parceria, a pesquisa passa a monitorar os preços da cesta básica em todas as 27 capitais do país, incluindo Boa Vista, Macapá, Maceió, Manaus, Palmas, Rio Branco, São Luís, Teresina, Cuiabá e Porto Velho, que antes estavam de fora.
“Estamos fazendo aqui uma reparação histórica. Dez estados importantes da federação, especialmente do Norte e Nordeste, agora têm um levantamento atualizado do custo dos produtos que vai para a mesa da população”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Importância do monitoramento
Para a diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino, o acompanhamento da cesta básica é essencial:
“Calculamos quantas horas de trabalho um trabalhador precisa para garantir a cesta e o salário mínimo necessário. São indicadores que apoiam as políticas públicas e as lutas da classe trabalhadora”.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que a ampliação do estudo “vai permitir análises mais finas sobre o comportamento dos preços dos alimentos no Brasil”.
Nova cesta básica ampliada
O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto, informou que até outubro será definida a nova composição da cesta básica, que passará de 12/13 para 35 produtos, incluindo ultraprocessados para comparação.
A mudança atende ao Decreto 11.936/2024, que atualiza a cesta básica de alimentos no país.
Investimento e validade do contrato
A parceria entre Conab e Dieese conta com investimento de R$ 2,5 milhões no primeiro ano e contrato válido até março de 2026, podendo ser prorrogado.
Segundo a secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, a ampliação do monitoramento é um avanço na promoção da alimentação saudável e adequada.