A Justiça da Itália manteve a prisão da deputada federal Carla Zambelli, conforme informou a Advocacia-Geral da União (AGU) nesta terça-feira. Em audiência no Tribunal de Apelações de Roma, a defesa da parlamentar teve negado o pedido para que ela cumprisse prisão domiciliar enquanto aguarda a extradição. Zambelli foi presa no mês passado na capital italiana, após tentar escapar do mandado de prisão emitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A deputada, que tem dupla cidadania, deixou o Brasil em maio deste ano depois de ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF. A condenação se refere à invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. As investigações apontaram que Zambelli foi a mentora intelectual do crime, que teve como objetivo emitir um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes. O hacker Walter Delgatti confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.
Pedido de extradição e condenações no Brasil
O pedido de extradição da deputada para o Brasil foi formalizado por Alexandre de Moraes e enviado ao governo italiano. No Brasil, Zambelli enfrenta outras acusações e condenações. Na semana passada, o STF a condenou em outro processo por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
O futuro político de Carla Zambelli também está em risco. Em junho, a Câmara dos Deputados concedeu-lhe uma licença não remunerada de 127 dias. Se ela não retornar ao mandato após o período, poderá ser cassada por faltas. A Câmara ainda precisa deliberar sobre a perda de mandato decorrente da condenação pelo Supremo.