O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou o cancelamento dos vistos de sua esposa e filha pelos Estados Unidos como um “ato covarde”. A decisão faz parte das sanções do governo americano a funcionários brasileiros ligados à criação do programa Mais Médicos. Padilha, que está com o visto vencido desde 2024, afirmou que soube da sanção por meio de uma mensagem de sua esposa.
Em entrevista nesta sexta-feira (15) à Globonews, o ministro questionou a atitude do governo americano de sancionar sua filha, uma criança de apenas 10 anos. Ele também criticou Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo Padilha, estaria atuando nos Estados Unidos para articular sanções contra o Brasil e pressionar o julgamento do pai.
Contexto e críticas
Padilha afirmou que “o clã Bolsonaro, que orquestra isso, tem que explicar […] qual o risco que uma criança de 10 anos pode ter para o governo americano?”. O ministro acusou o filho do ex-presidente de montar um “verdadeiro escritório do lobby da traição nos Estados Unidos”.
As sanções dos EUA também revogaram os vistos de outros funcionários do governo brasileiro, como Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais. Em comunicado, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, justificou as sanções alegando que os servidores contribuíram para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.
Padilha, que era ministro da Saúde na época da criação do Mais Médicos, em 2013, defendeu o programa e ressaltou que sua filha sequer havia nascido na época. Ele ainda questionou a razão para as sanções contra o Brasil, já que a parceria com os médicos cubanos não existe mais, enquanto outros países aliados de Trump, como a Itália, continuam com programas semelhantes.