Na última quinta-feira (15), o programa Agenda News, apresentado pela jornalista Renata Camurça, trouxe ao público uma entrevista inspiradora. Uma história real, comovente e necessária.
A convidada foi Priscila Franco, uma rondoniense que, com um gesto aparentemente simples, transformou não apenas a vida de outra pessoa, mas também a sua própria.
A conversa, conduzida com delicadeza e sensibilidade por Renata, revelou os detalhes da trajetória de Priscila como doadora de medula óssea. Tudo começou em maio de 2013, em Jaru (RO), quando ela participou de uma campanha de doação de sangue promovida pela Fhemeron. Ao descobrir que seu tipo sanguíneo, AB positivo, era raro, porém pouco requisitado, Priscila quase foi embora sem cumprir seu propósito. Foi então que uma funcionária sugeriu que ela se cadastrasse no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Sem saber muito sobre o processo, ela aceitou. E seguiu com a vida.
Onze anos depois, em 2024, veio a notícia que mudaria tudo. Uma mensagem no WhatsApp, seguida de uma chamada oficial, informava que Priscila era altamente compatível com um paciente — entre 80% e 100%. Desconfiada, ela confirmou a veracidade com a Fhemeron e iniciou os exames em Porto Velho. Os resultados foram enviados para São Paulo e, dois dias antes do prazo final, veio a confirmação: ela estava apta para doar.
A doação foi realizada no Hospital Israelita Albert Einstein, por punção, método indicado para casos mais urgentes. O SUS garantiu toda a logística: passagens, hospedagem, alimentação e até suporte para que sua filha ficasse em segurança em Rondônia. No hospital, Priscila foi recebida com carinho por uma equipe médica extremamente grata pelo seu gesto.
O procedimento durou cerca de duas horas e meia. Ao retornar ao quarto, Priscila sentiu o peso e a beleza do momento:
“Naquele instante eu senti que minha missão havia sido cumprida. Deus me deu essa tarefa e eu fiz o que tinha que fazer.”
Meses depois, ela foi chamada novamente, desta vez para doar linfócitos ao mesmo paciente, ajudando a fortalecer sua imunidade. Por protocolo, o nome de quem recebeu a medula só poderá ser revelado após um ano, caso haja consentimento mútuo.
Enquanto aguarda esse reencontro possível, Priscila segue sua missão: incentivar outras pessoas a se tornarem doadoras:
“Doar medula me curou. Foi uma transformação interior. É simples, rápido e pode salvar vidas. Seja um doador.”
Como Priscila, qualquer pessoa saudável entre 18 e 35 anos pode se tornar uma esperança para quem aguarda por um transplante.
Sobre o REDOME
O Cadastro REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) funciona como um banco de dados de potenciais doadores de medula óssea.
O cadastro é feito em hemocentros, onde o doador preenche um formulário com dados pessoais e realiza um exame de sangue para tipagem HLA (antígenos de histocompatibilidade). Se houver compatibilidade com um paciente que precisa de transplante, o doador é contatado para confirmar a doação e seguir os procedimentos.
O cadastro no REDOME é simples e pode ser o primeiro passo para salvar alguém.
Para quem não assistiu à entrevista ao vivo, a íntegra está disponível online.