A era é digital e tudo se mede por algoritmos. Pessoas incapazes de compreender limites colocam a própria vida e a de terceiros em risco apenas para criar conteúdo que atraia atenção. A briga egocêntrica é mostrar qual vídeo será mais “viral”. Essa é a realidade dos influenciadores na cidade de Porto Velho, capital de Rondônia.
É hora de colocar o dedo na ferida, espremer o pus que infecciona a sociedade e combater o mal que cresce à sombra das telas. Muitos se autodenominam influenciadores, mas de que exemplo estamos falando? Nas últimas 48 horas, alguns desses indivíduos transfigurados por filtros e exageros digitais causaram espanto à população, mostrando que a vida real é completamente oposta ao mundo virtual.
O primeiro caso envolve uma influenciadora que foi à Central de Polícia de Porto Velho após praticar furto de energia elétrica em sua própria residência. O choque não foi apenas pelo crime, mas pela naturalidade com que pessoas assim agem.
O segundo caso ocorreu no Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, quando um influenciador deixou uma mochila simulando explosivo, provocando evacuação, pânico e cancelamento de voos.
O terceiro episódio se deu na zona sul da capital. Um jovem, ao ser preso, declarou-se digital influencer aos policiais e equipes de imprensa, deixando claro que o crime e a exposição digital caminham juntos.
Tudo isso aconteceu em menos de 36 horas. O que une esses indivíduos? Crimes repetidos, ousados e absurdos. Em outro tempo, ser influenciador significava praticar o bem, inspirar seguidores, não alimentar uma cultura de ilegalidade. Hoje, vemos semianalfabetos digitais que não distinguem ética de notoriedade.
O que causa ainda mais repulsa é saber que, após tais crimes, os números de seguidores aumentam. Likes, visualizações e comentários funcionam como combustível para que eles planejem ações ainda mais mirabolantes e perigosas. Quem consome esse tipo de conteúdo ajuda a espalhar o problema, legitima o crime e fomenta a irresponsabilidade.
A pergunta que não quer calar: quem vai custear o dano psicológico e emocional causado às pessoas atingidas pelo medo e pelo caos promovidos por esse “entretenimento” irresponsável?
Estes são os influenciadores que promovem o crime e o terrorismo em Porto Velho. Que a justiça seja feita, e com o rigor da lei que a sociedade exige.