As negociações para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia enfrentam impasse sobre a questão territorial. O presidente russo, Vladimir Putin, exige manter sob controle a Crimeia, Zaporizhzhia e a região do Donbas. Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusa abrir mão de qualquer parte do território, defendendo as fronteiras definidas entre 1991 e 2014.
O tema voltou ao centro das discussões após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmar na última segunda-feira (12) que Kiev e Moscou terão de ceder territórios para chegar à paz. Ele conversou por videoconferência com Zelensky e líderes europeus na quarta-feira (13) e deve se encontrar pessoalmente com Putin nesta sexta-feira (15), no Alasca.
Crimeia
Anexada pela Rússia em 2014, a península tem importância estratégica pelo acesso ao Mar Negro. Moscou a controla desde então, mas a anexação não foi reconhecida nem pela Ucrânia nem pela comunidade internacional.
Zaporizhzhia
Invadida em 2022, abriga a maior usina nuclear da Europa, hoje praticamente desativada sob controle russo. A região é estratégica por ligar a Crimeia ao Donbas.
Donbas (Donetsk e Luhansk)
Rica em carvão e com forte parque industrial, a região é dominada por separatistas pró-Rússia desde 2014. Moscou reconheceu as autoproclamadas repúblicas apenas em 2022, pouco antes da ofensiva em larga escala contra a Ucrânia.
Juntas, essas áreas representam cerca de 20% do território ucraniano. Sem acordo sobre a devolução ou manutenção dessas regiões, a perspectiva de cessar-fogo continua distante.