O Plano Brasil Soberano, anunciado para apoiar empresas brasileiras afetadas pelas novas tarifas dos Estados Unidos, foi bem recebido por diversas entidades da indústria. Associações como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) elogiaram as medidas, mas também fizeram sugestões e pediram agilidade na tramitação e implementação.
O plano inclui a criação de linhas de crédito especiais, o adiamento de tributos federais e a reativação do Reintegra. As entidades destacaram que as medidas darão “um respiro” financeiro às empresas em um momento crítico, mas ressaltaram a necessidade de avançar na busca por novos mercados e na negociação com os EUA.
Principais pontos de apoio e preocupação
Ricardo Alban, presidente da CNI, ressaltou que o plano atende a muitas das demandas do setor e que a indústria continuará negociando para mitigar os impactos das tarifas. Ele sugeriu a busca por novos mercados, como a União Europeia, e a priorização da tramitação do plano no Congresso Nacional.
A Abiquim considerou o pacote “um passo importante” para preservar a competitividade e o emprego, mas alertou para os impactos indiretos em setores que utilizam insumos químicos. A associação defendeu negociações bilaterais com os EUA baseadas em critérios técnicos, não em motivações geopolíticas.
A Abit também manifestou apoio, destacando a importância das linhas de crédito, da prorrogação de prazos de impostos e dos ajustes no Reintegra. A associação pediu celeridade na tramitação das propostas e na implementação das medidas pelo Executivo. A Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) elogiou as ações, mas alertou que a efetividade depende de agilidade e clareza para que as micro e pequenas empresas tenham acesso aos benefícios.
Críticas e busca por negociação efetiva
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) foi mais crítica, classificando as medidas como “paliativas” e cobrando uma “negociação efetiva” com os EUA. O presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, acusou o governo federal de priorizar questões ideológicas em detrimento dos interesses econômicos. Ele afirmou que o governo precisa cumprir seu papel de negociador principal para encontrar uma solução definitiva para a taxação.