A defesa do general Walter Braga Netto protocolou nesta quarta-feira (13) no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de absolvição para o militar. Ele é réu no caso da tentativa de golpe de Estado, que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A manifestação dos advogados, enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, nega as acusações e pede a rejeição da denúncia.
O documento da defesa de Braga Netto contesta diretamente a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, havia afirmado em um de seus depoimentos que o general entregou a ele dinheiro, dentro de uma sacola de vinho, para financiar os atos golpistas. A defesa de Braga Netto classifica a narrativa como “frágil” e ressalta que ela se baseia unicamente na palavra de Cid, que teria mencionado a suposta entrega de dinheiro somente após mais de um ano de acordo de colaboração.
Além de negar o repasse de dinheiro, a defesa do general Walter Braga Netto também refutou a acusação de que ele teria coordenado ataques virtuais contra ex-comandantes das Forças Armadas. O objetivo seria pressioná-los a aderir à trama golpista. Os advogados sustentam que a acusação é baseada em “prova ilícita” e, por isso, deve ser descartada.
As alegações finais representam a última manifestação dos réus antes que o processo siga para o julgamento no STF, que irá decidir pela condenação ou absolvição dos acusados. O prazo para a entrega das alegações finais de Braga Netto e de outros seis réus do primeiro núcleo, incluindo Jair Bolsonaro, terminava no dia 13 de agosto, às 23h59. Mauro Cid, por estar na condição de delator, já havia entregado suas alegações no mês anterior.