O Brasil continua com um alto índice na reciclagem de latinhas de alumínio, alcançando 97,3% em 2024. O dado foi divulgado pela Recicla Latas, uma associação que atua na indústria de reciclagem. O país mantém a liderança global, com 16 anos consecutivos de reaproveitamento acima de 96%. A velocidade do ciclo de reciclagem é impressionante: uma latinha descartada pode voltar às prateleiras em apenas 60 dias.
O sucesso desse modelo se baseia na logística reversa, um sistema onde os fabricantes se responsabilizam pela coleta e reutilização dos resíduos. Segundo o secretário-executivo da Recicla Latas, Renato Paquet, essa articulação entre os elos da cadeia tem sido forte e consistente. A Lei 12.305/2010, conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece a base legal para esse processo, que é visto pela indústria como uma estratégia de competitividade e um passo crucial para a descarbonização do setor.
O papel dos catadores e a busca por melhores condições
Atingir essa marca seria impossível sem o trabalho de cerca de 800 mil catadores de materiais recicláveis em todo o Brasil. Esse grupo, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, é a peça-chave do processo. O Movimento Nacional dos Catadores, no entanto, busca aprimorar a condição de vida desses trabalhadores.
Roberto Rocha, presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), reivindica que, além de serem remunerados pelo material que entregam às recicladoras, os catadores também recebam pelo serviço de coleta em si. Sua proposta sugere que prefeituras, em parceria com a iniciativa privada, custeiem essa atividade. A iniciativa busca dar mais dignidade e estabilidade para os catadores, incluindo aqueles que trabalham de forma autônoma.