Pelo segundo mês consecutivo, o grupo Alimentação e bebidas apresentou queda de preços no Brasil, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta terça-feira (12/8) pelo IBGE. Em julho, a variação foi de -0,27%, influenciada principalmente pela redução na alimentação no domicílio.
Entre os itens que mais contribuíram para a deflação no grupo, destacam-se batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Sem o impacto dos alimentos, a inflação de julho, que fechou em 0,26%, teria sido de 0,41%.
No acumulado de 2025, o IPCA soma alta de 3,26%, e nos últimos 12 meses o índice está em 5,23%, abaixo dos 5,35% registrados no período anterior.
Outros grupos e destaques
Além de Alimentação e bebidas, outros dois grupos tiveram queda em julho: Vestuário (-0,54%) e Comunicação (-0,09%). No Vestuário, os recuos mais expressivos foram de roupas femininas (-0,98%) e masculinas (-0,87%).
Já o grupo Transportes acelerou de 0,27% em junho para 0,35% em julho, influenciado pela alta nas passagens aéreas (19,92%). Entre os combustíveis, houve queda nos preços do etanol (-1,68%), óleo diesel (-0,59%), gasolina (-0,51%) e gás veicular (-0,14%).
Na Habitação, a alta foi de 0,91%, puxada pela energia elétrica residencial (3,04%), que registrou reajustes em concessionárias de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. A bandeira tarifária vermelha patamar 1 permaneceu em vigor, acrescentando R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Alimentação fora de casa e serviços
Enquanto a alimentação no domicílio caiu 0,69%, a alimentação fora do domicílio subiu 0,87% em julho, com destaque para o lanche (1,90%) e a refeição (0,44%).
Outros aumentos vieram do grupo Despesas pessoais (0,76%), impulsionado pelos jogos de azar (11,17%), e do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,45%), com elevação nos itens de higiene pessoal (0,98%) e nos planos de saúde, que incorporaram reajustes autorizados pela ANS.
Metodologia do IPCA
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e abrange famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, em dez regiões metropolitanas e nas cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Para o índice de julho, foram comparados preços coletados entre 1º e 30 de julho de 2025 com os vigentes de 30 de maio a 30 de junho do mesmo ano.