O Pix, criado pelo Banco Central do Brasil em 2020, se tornou o meio de pagamento mais popular do país e começa a conquistar o cenário internacional. Por meio de parcerias com fintechs e empresas de tecnologia financeira, o sistema já pode ser usado em compras no exterior, mesmo sem transferências internacionais diretas.
O funcionamento é simples: serviços intermediários conectam o Pix brasileiro à moeda local. Assim, o turista paga em restaurantes, lojas e até parques temáticos usando o aplicativo bancário no celular.
A dentista Tuanny Monteiro Noronha, de Brasília, viveu a experiência no Paraguai e na Argentina. “Mais de 90% das lojas em Ciudad del Este aceitavam Pix”, contou, destacando a praticidade de evitar dinheiro vivo ou cartão internacional.
Como o Pix opera fora do Brasil
O sistema ainda é oficialmente doméstico, mas já funciona em diversos países graças às fintechs brasileiras e adquirentes internacionais. O lojista informa o valor na moeda local e a maquininha gera um QR Code de Pix com o valor convertido em reais. O cliente brasileiro paga pelo app bancário, com IOF incluído e câmbio garantido no momento.
Segundo Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, a vantagem está na transparência. “É muito mais vantajoso do que usar cartão de crédito, onde a cotação só aparece na fatura”, explica.
Países e cidades onde o Pix já é aceito
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Argentina – Buenos Aires, especialmente em pontos turísticos e restaurantes
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Paraguai – Ciudad del Este, aceitação em mais de 90% das lojas
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Uruguai – Punta del Este, com foco na alta temporada
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Chile – Santiago e regiões turísticas
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Portugal, França e Espanha – via apps multimoeda e fintechs
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Panamá – em parceria com adquirentes locais
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Estados Unidos – Nova York e Flórida no início da expansão, com acordo entre PagBrasil e Verifone
Segurança e praticidade nas viagens
Além do uso direto, há a opção de contas multimoeda. O cliente envia um Pix para o aplicativo, que converte o valor e disponibiliza um cartão digital. A jornalista Verônica Soares, de Brasília, adotou o modelo na França. “Antes eu precisava trocar real por euro. Agora faço tudo pelo celular”, disse.
Para Tuanny, a segurança é um diferencial. “Não é seguro circular com dinheiro em espécie. O Pix facilita, inclusive fora do Brasil.”
O futuro do Pix internacional
O Banco Central participa de estudos com o Banco de Compensações Internacionais para criar a plataforma global Nexus, que poderá viabilizar transferências internacionais oficiais.
Mesmo sem integração direta, o Pix segue em expansão. Com mais de 160 milhões de usuários, oferece não só transferências, mas pagamentos por QR Code, aproximação e, em breve, parcelamentos via Pix Garantido. Para Hoffmann, “o Pix é imparável pela qualidade”.
O mundo, aos poucos, se adapta ao jeito brasileiro de pagar: rápido, simples e digital.