As ações da Petrobras caíram drasticamente nesta sexta-feira (8) na B3, a bolsa de valores de São Paulo, após a divulgação de seu balanço e do volume de dividendos. De acordo com Fernando Melgarejo, diretor Financeiro da estatal, a insatisfação do mercado com o montante de R$ 8,66 bilhões que será distribuído aos acionistas como dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) é a principal razão para a forte queda.
Melgarejo explicou que a expectativa de distribuição foi frustrada por eventos não recorrentes do trimestre, mas que o mercado reconhece os fundamentos operacionais “bastante positivos” da companhia. A Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre de 2025. Esse valor é 24,3% menor que o do trimestre anterior, mas reverte o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado no mesmo período de 2024.
Preço do petróleo e dividendos extraordinários
Questionado sobre a possibilidade de pagar dividendos extraordinários no futuro, Melgarejo expressou o desejo da empresa, mas ressaltou que a decisão depende de a companhia ter um excesso de caixa. Ele apontou o preço do petróleo como um fator decisivo. No segundo trimestre de 2025, o barril de petróleo tipo Brent foi negociado a uma média de US$ 67,82, 10% abaixo do preço do primeiro trimestre.
O diretor financeiro da Petrobras explicou que, se o preço do petróleo continuar baixo, as chances de a empresa pagar dividendos extraordinários em 2025 são menores. Enquanto isso, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) viu com bons olhos a ausência de dividendos extraordinários, defendendo que o dinheiro seja reinvestido na empresa.