A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, defendeu que os países desenvolvidos cumpram os compromissos assumidos no Acordo de Paris de 2015 para enfrentar as mudanças climáticas. A declaração foi feita a três meses da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará. A ministra afirmou que a cobrança deve ser feita a todos os líderes da ONU, e não apenas ao governo brasileiro.
Em uma entrevista nesta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, Guajajara destacou a proposta central dos povos indígenas para a COP30: o reconhecimento de seus territórios. Segundo a ministra, essas áreas são as mais preservadas e com maior biodiversidade, funcionando como uma solução comprovada para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Belém Receberá a COP30
A ministra Sônia Guajajara afastou o risco de a COP30 ser transferida de Belém. Ela reconheceu as preocupações de países em desenvolvimento sobre os custos de hospedagem e logística na Região Amazônica, mas assegurou que o evento irá acontecer na capital paraense. Guajajara defendeu que o foco deve ser a urgência das discussões climáticas, ressaltando que a conferência será a primeira na Amazônia e será marcada pela implementação e inclusão.
Preparação de Líderes Indígenas
Para garantir a participação indígena nas negociações, o Ministério dos Povos Indígenas está realizando o Ciclo Coparente em diversas regiões do Brasil. A iniciativa já passou por Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e agora está na Amazônia. A ministra explicou que o programa Kuntari Katu, iniciado no ano anterior, prepara líderes para atuarem como “diplomatas indígenas” em espaços de negociação global. Novas turmas serão criadas para ampliar o número de representantes preparados para a COP.