O financiamento para florestas no Brasil é um dos grandes desafios a serem abordados na COP30, que ocorrerá em Belém em novembro. Um estudo do Climate Policy Initiative (CPI/PUC-Rio) revelou que apenas 2% dos recursos internacionais recebidos pelo país entre 2021 e 2022 foram destinados a esses ecossistemas.
Segundo a advogada Joana Chiavari, diretora do CPI/PUC-Rio, as florestas tropicais são fundamentais na solução da crise climática. Elas atuam como fontes de emissão de CO2 quando degradadas e como sumidouros de carbono quando conservadas ou restauradas.
Crescimento Geral e Desafios
Apesar da baixa captação para as florestas, o Brasil teve um aumento de 84% no financiamento climático internacional no geral, totalizando R$ 26,6 bilhões por ano entre 2021 e 2022. O resultado ficou acima da média global e foi impulsionado por investimentos no setor de energia, que recebeu 53% dos recursos.
Já o setor de florestas, agropecuária e outros usos da terra recebeu apenas 11% do total, com a maior parte indo para a agricultura. O financiamento para florestas, especificamente, ficou em R$ 623 milhões, equivalente a apenas 2% do total.
Origem e Destino dos Recursos
A pesquisa detalha que a maior parte dos recursos veio da Europa Ocidental, que contribuiu com 50% do total. Países como França, China e Espanha foram os maiores financiadores. A pesquisa também destacou que 42% dos recursos vieram do setor privado, um aumento de quatro vezes em relação ao período anterior.
O estudo conclui que, apesar do aumento geral do financiamento, o valor destinado às florestas ainda é insuficiente. O setor é responsável por 75% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, evidenciando a necessidade de maior atenção e investimento na área.