Cerca de 5 mil mulheres indígenas de todo o Brasil se reuniram em Brasília, de 4 a 6 de agosto de 2025, para a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. O evento teve como tema “Mulheres Guardiãs do Planeta pela Cura da Terra” e gerou 50 propostas prioritárias que darão origem a um “Plano Nacional de Políticas para Mulheres Indígenas”. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial para desenvolver o plano.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, Sônia Guajajara listou a demarcação de terras e o fortalecimento da saúde indígena como prioridades. Ela destacou a importância de uma política específica de saúde para mulheres dentro dos territórios. A conferência debateu temas como direitos territoriais, emergências climáticas, bioeconomia, saúde e combate à violência de gênero.
Críticas ao Marco Temporal e Avanços
A ministra expressou preocupação com a lei do Marco Temporal, que, segundo ela, impede o avanço da homologação de territórios indígenas. Ela também criticou a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 717/2024 no Senado, que sustou decretos de homologação de terras em Santa Catarina. Apesar dos desafios, a ministra celebrou os avanços de sua pasta, como a homologação de 13 territórios e a desintrusão de 8 áreas invadidas. Ela citou o exemplo do Território Indígena Yanomami, de onde foram retirados cerca de 20 mil garimpeiros.
Marcha e Futuro
Para encerrar o encontro, a ministra convidou a todos para a IV Marcha das Mulheres Indígenas, organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga). A marcha, com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta pela cura da terra”, levará as participantes até o Congresso Nacional para uma sessão solene na Câmara dos Deputados.