Deputados e senadores da oposição pernoitaram nos plenários do Congresso Nacional durante a madrugada desta quarta-feira, 6 de agosto de 2025. O ato teve como objetivo manter a ocupação das mesas diretoras, impedindo a continuidade dos trabalhos legislativos. O protesto é uma resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na última segunda-feira.
A oposição, majoritariamente do Partido Liberal (PL), exige a pauta de uma anistia geral para os condenados pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro e o impeachment de Moraes. Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a pauta é para “colocar em pauta o que é melhor para o Brasil”. Ele defende que a pauta pode até influenciar na queda das tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil.
Reações e Consequências
A ação da oposição gerou forte reação da base governista. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou o ato como um “golpe continuado” e uma “chantagem para livrar Bolsonaro”. A ocupação tem impedido a votação de projetos importantes, como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos, já aprovada em comissão e aguardando plenário no Senado.
Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, se manifestaram sobre o ocorrido. Hugo Motta cancelou a sessão de ontem e convocou uma reunião de líderes para hoje, buscando um “entendimento”. Alcolumbre, por sua vez, classificou a ocupação como “inusitada e alheia aos princípios democráticos”, pedindo serenidade para retomar as atividades legislativas.