O decreto do governo dos Estados Unidos que estabeleceu uma taxação de 50% para diversos produtos brasileiros a partir de 6 de agosto de 2025 já está gerando “impactos relevantes” para a indústria química nacional. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), empresas associadas estão relatando o cancelamento de pedidos por clientes americanos. As novas tarifas, conhecidas como “tarifaço”, afetam insumos e matérias-primas essenciais para setores brasileiros exportadores como os de móveis, têxteis e couro.
Apesar de o decreto ter incluído cerca de 700 exceções, a maioria dos produtos exportados pela indústria química do Brasil não foi poupada. Em 2024, as exportações brasileiras de produtos químicos para os EUA totalizaram US$ 2,4 bilhões. Desse montante, cerca de US$ 1,7 bilhão, referente a itens como petroquímicos básicos e resinas termoplásticas, passará a ser tributado com a nova alíquota adicional de 40%, elevando a carga total para 50%.
A Abiquim defende a busca por soluções urgentes e um “diálogo construtivo” para mitigar os prejuízos. Em parceria com o American Chemistry Council, a associação entregou uma declaração a autoridades de ambos os países, solicitando ações para proteger a integração produtiva e as cadeias de suprimentos. A entidade também sugere medidas emergenciais, como a aplicação de direitos antidumping e a devolução imediata de saldos credores de ICMS. O objetivo é fortalecer o setor e responder rapidamente às mudanças no cenário comercial.