O paciente D. P. B., internado na Policlínica Ana Adelaide, em Porto Velho, completa mais um dia aguardando vaga para transferência a um hospital especializado. A espera, que começou na noite de terça-feira (31), ultrapassa 24 horas, enquanto o quadro clínico se agrava devido à ausência dos antibióticos corretos.
Ontem, o News Rondônia já havia noticiado que o paciente foi encaminhado por um infectologista para internação imediata, com indicação de uso de antibióticos de amplo espectro, como Vancomicina associada a Piperacilina com Tazobactam ou Meropenem combinado com Clindamicina. Desde então, familiares denunciam a demora no processo de regulação e a falta de medicação essencial para conter a infecção.
Falta de antibióticos e risco elevado
D. P. B. é asplênico, ou seja, não possui baço, condição que aumenta a vulnerabilidade a infecções graves. Sem o antibiótico adequado, o risco de complicações cresce a cada hora. “A situação está piorando. Ontem a medicação que foi dada ajudou a segurar um pouco, mas ele já apresentou quase 40 mil leucócitos e agora, mesmo com 28 mil, não está recebendo o tratamento certo. O médico foi claro que ele precisa ser internado urgente”, relata um familiar.
Contradições e demora na transferência
A família afirma que, durante a manhã de ontem, foi informado que o paciente já estava regulado e que a ambulância do SAMU faria o transporte até as 14h. O prazo não foi cumprido. Com a troca de plantão, surgiram informações contraditórias: enquanto a Policlínica dizia que a regulação não estava finalizada, contatos no Hospital João Paulo II confirmavam que já havia liberação para a transferência, faltando apenas a vaga.
Apesar do quadro clínico grave, o paciente continua internado na Policlínica sem a medicação recomendada. Segundo os familiares, o caso poderia ser atendido no Hospital João Paulo II ou no Cemetron, mas até agora a transferência não foi realizada.
“Mesmo se quiséssemos levar por conta própria, não podemos. Tem que ser feito pela ambulância e ele precisa estar monitorado. Estamos pedindo atenção das autoridades, pois se trata de uma vida”, apela a família.