O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma nota oficial na noite desta quarta-feira, 30 de julho de 2025, defendendo a democracia e a soberania do Brasil. A manifestação de Lula ocorre após as recentes iniciativas dos Estados Unidos (EUA) contra a Justiça e a economia brasileiras, que incluem sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a oficialização de uma taxação de 50% sobre produtos vendidos pelo Brasil, com uma lista de quase 700 exceções.
“O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira”, afirmou o presidente Lula em sua declaração.
Solidariedade a Alexandre de Moraes e Defesa do Judiciário
Lula expressou apoio ao ministro Alexandre de Moraes e destacou a importância da independência do Poder Judiciário.
Na nota, o presidente brasileiro manifestou a solidariedade do governo federal a Alexandre de Moraes, afirmando que o magistrado é “alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses”. Lula enfatizou que “um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático. Justiça não se negocia.” O presidente também lembrou que a lei no Brasil abrange todos os cidadãos e empresas, e que atividades que afetem a população e a democracia estão sujeitas a normas, incluindo plataformas digitais. A sociedade brasileira, segundo ele, “rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a democracia”.
Rejeição a Medidas Comerciais e Busca por Diálogo
O governo brasileiro considerou as medidas comerciais dos EUA injustificáveis e manifestou disposição para negociações comerciais.
A nota assinada pelo presidente Lula considerou injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras. “O Brasil tem acumulado nas últimas décadas um significativo déficit comercial em bens e serviços com os Estados Unidos. A motivação política das medidas contra o Brasil atenta contra a soberania nacional e a própria relação histórica entre os dois países”, observou Lula. O governo brasileiro, por fim, apontou disposição para negociar apenas aspectos comerciais da relação com os Estados Unidos, sem abrir mão dos instrumentos de defesa do país previstos em sua legislação, como é o caso da Lei de Reciprocidade Comercial. Além disso, mencionou a elaboração de um plano de contingência para minorar os impactos econômicos das tarifas. “Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais. Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e a elaboração das ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras”, concluiu a nota oficial de Lula.