Porto Velho – O paciente D. P. B., com infecção grave, aguarda há mais de 18 horas a transferência para um hospital especializado após ser atendido na Policlínica Ana Adelaide, em Porto Velho. Ele deu entrada na unidade na noite de ontem, por volta das 20h30, encaminhado por um infectologista que recomendou internação imediata para uso de antibióticos de amplo espectro, incluindo Vancomicina associada a Piperacilina com Tazobactam ou Meropenem combinado com Clindamicina.
Segundo familiares, após a chegada do paciente, a equipe de plantão realizou procedimentos iniciais e informou que a regulação estava em andamento, aguardando vaga para transferência.
“Pela manhã, disseram que já estava regulado e que era só aguardar. Mas ele ficou sem medicação nenhuma, sentindo dor. O caso dele é muito complexo, ele não tem baço e está com uma bactéria agressiva. O médico deixou claro que precisava ser internado com urgência para receber os antibióticos corretos”, disse um familiar.
Falta de antibióticos aumenta risco para pacientes sem baço
Além da dor, a ausência dos antibióticos recomendados aumenta significativamente o risco de agravamento do quadro clínico. Pessoas que perderam o baço, condição chamada asplenia, têm maior vulnerabilidade a infecções graves. Isso ocorre porque o baço é essencial para a imunidade, filtrando bactérias do sangue e auxiliando na produção de células de defesa.
Por essa razão, especialistas reforçam a importância da profilaxia em pacientes asplênicos, incluindo vacinas contra pneumococo, meningococo e Haemophilus influenzae tipo b (Hib). “Nossa maior preocupação é que ele está sem a medicação adequada. Ontem, a aplicação ajudou a conter a infecção, mas ele já chegou a ter quase 40 mil leucócitos e, mesmo no último exame, apresentou 28 mil. Sem o antibiótico certo, a situação pode piorar rapidamente”, alertou o parente.
Contradições e demora na ambulância do SAMU
Durante a manhã, a equipe informou que a ambulância faria a transferência até as 14h, mas o prazo não foi cumprido. Com a troca de plantão, surgiram informações contraditórias: enquanto funcionários da Policlínica alegavam que a regulação não havia sido concluída, contatos no Hospital João Paulo II confirmaram que o paciente já estava regulado, aguardando apenas a vaga.
Os familiares reforçam que a complexidade do caso exige tratamento imediato em hospital especializado, seja no Hospital João Paulo II ou no Cemetron. No entanto, até o momento, a ambulância do SAMU não foi enviada para realizar o transporte.
“Mesmo com carro próprio, não podemos levá-lo. Tem que ser feito pela ambulância. Ele precisa de atendimento hospitalar urgente para receber os antibióticos certos e evitar que o quadro se agrave”, desabafou a família.
👉 Apelo às autoridades: “Por favor, deem atenção, pois se trata de uma vida.”