O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou profundamente a morte de dois servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Valmir de Souza e Silva e Manoel José de Souza Neto, ambos de 65 anos, que faleceram nesta terça-feira (29) enquanto combatiam um incêndio em área de vegetação no Distrito Federal. Os dois eram participantes da brigada de incêndio do órgão e morreram ao tentar evitar que o fogo na área residencial do Tororó atingisse a Reserva Ecológica do IBGE. A direção do Instituto decretou luto oficial de três dias.
Homenagem e Compromisso Governamental
Em nota divulgada nesta quarta-feira (30), Lula prestou solidariedade às famílias, colegas de trabalho e a todos os que se dedicam à proteção ambiental. “Esses trabalhadores estavam cumprindo sua missão com coragem e comprometimento, defendendo o nosso país, a nossa biodiversidade e o nosso povo”, afirmou o presidente. Ele também mencionou as ações do governo federal contra incêndios florestais e os efeitos da emergência climática, como a nova Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, e reiterou o compromisso de “seguir investindo, com seriedade e responsabilidade, para proteger vidas humanas, as florestas brasileiras e o futuro das próximas gerações”.
O Valor da Reserva Ecológica do IBGE
A Reserva Ecológica do IBGE, próxima à região do incêndio, está localizada na Área de Proteção Ambiental Gama e Cabeça de Veado. A preservação do local é fruto de uma atuação conjunta do IBGE, do Jardim Botânico de Brasília e da Fazenda Água Limpa, da Universidade de Brasília (UnB).
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também expressou solidariedade aos familiares dos servidores, destacando que Valmir e Manoel eram reconhecidos como profissionais experientes. “A profissão de brigadista é muito importante para a proteção ambiental e para toda a sociedade, mas, sem dúvida, é uma profissão de alta periculosidade, uma vez que o fogo é traiçoeiro e pode enganar até os mais experientes no seu combate”, escreveu a ministra em suas redes sociais.
O Jardim Botânico e a Universidade de Brasília (UnB) também emitiram notas de pesar. O Jardim Botânico lamentou a perda de Valmir e Manoel, que trabalhavam no IBGE desde o início da década de 1980 e eram “servidores dedicados, com décadas de atuação pública voltada à conservação do meio ambiente”. A UnB ressaltou a importância da reserva para pesquisas ecológicas sobre o Cerrado e como o trabalho dos brigadistas, como Valmir e Manoel, foi fundamental para a formação de diversas gerações de pesquisadores, lamentando a “perda inestimável” de ambos na proteção do patrimônio natural e científico do Brasil.