A Associação dos Pecuaristas de Rondônia (APRON) intensificou sua agenda de reuniões estratégicas com foco na valorização da arroba e na busca por novas alternativas de comercialização da pecuária de corte no estado. A iniciativa tem reunido pecuaristas de diversas regiões e especialistas de renome nacional, com o objetivo de construir soluções práticas frente à defasagem nos preços pagos em Rondônia.
A primeira reunião teve como tema a exportação de gado vivo, com a participação do especialista Adriano Caruso, que apresentou aos associados da APRON as possibilidades reais de inserção no mercado internacional. Foram abordadas exigências sanitárias, logística e os países que mantêm acordos comerciais em vigor com o Brasil.
“É possível vender direto para países com acordo sanitário vigente. Basta organização, planejamento e a interlocução correta”, destacou Caruso.
Na sequência, a entidade promoveu a palestra “Situação e Perspectivas do Mercado Pecuário”, conduzida por Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado. A análise incluiu os custos de produção, a geopolítica da carne bovina e os desafios de precificação enfrentados pelos produtores de Rondônia.
“A suspensão das compras pelos EUA foi um baque, mas pode acelerar o reposicionamento do Brasil em mercados asiáticos e no Oriente Médio. O mundo vive um ‘cobertor curto’ na oferta de proteínas, e o Brasil tem escala para suprir grandes volumes”, explicou Iglesias.
A próxima reunião, já marcada, será com o especialista João Eduardo Sebba, neste sábado, 02 de agosto, às 9h, que apresentará tendências de mercado e ferramentas de trava de preço, fundamentais para mitigar perdas e garantir mais previsibilidade aos produtores.
Segundo o presidente da APRON, Adélio Barofaldi, as reuniões integram uma estratégia de fortalecimento técnico da base pecuarista do estado.
“Nosso foco é fortalecer o pecuarista de Rondônia com informações estratégicas e alternativas reais de mercado. Não podemos aceitar que o produtor rondoniense, que entrega qualidade e eficiência, receba até R$ 40 a menos por arroba em comparação a outros estados. Precisamos abrir novos canais de comercialização e garantir que nossa produção seja valorizada de forma justa”, afirmou.
As reuniões têm transmissão online, ampliando o acesso dos associados, e fazem parte de uma agenda contínua da APRON para oferecer suporte técnico e estratégico aos pecuaristas do estado.