O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou em entrevista à rede CNBC nesta terça-feira, 29 de julho de 2025, que alguns produtos não cultivados nos EUA, como café, manga e abacaxi, poderiam ser isentos de tarifas de importação.
Possíveis Isenções e Prazo Final do Tarifaço
Lutnick explicou que, se um país produz algo que os Estados Unidos não cultivam, como manga, abacaxi, café e cacau, um acordo poderia permitir a entrada desses produtos com tarifa zero. O Brasil é um dos principais exportadores de café para o mercado norte-americano, embora o secretário não tenha mencionado casos específicos.
Apesar dessa possibilidade, Lutnick reforçou que o prazo final imposto pelo presidente Donald Trump para a aplicação de tarifas a diversos parceiros comerciais não será adiado novamente. As novas taxações estão programadas para começar a valer nesta sexta-feira, 1º de agosto.
O Brasil, até o momento, foi o país que recebeu a maior tarifa anunciada: 50% sobre todas as exportações. Lutnick esclareceu que apenas a negociação com a China terá um cronograma separado e mais extenso. Para as demais nações, o prazo para fechar um acordo sobre a aplicação das tarifas termina em três dias. “Mas para o resto do mundo, vamos resolver tudo até sexta-feira. E sexta-feira não está longe. 1º de agosto é a data em que definiremos todas essas tarifas, e daí em diante elas entram em vigor”, observou.
Negociações e Exigências de Trump
O secretário já havia dito que esta sexta-feira é o “prazo final absoluto” para as tarifas, mas ressaltou que os Estados Unidos continuam abertos a negociações mesmo após essa data. Questionado sobre o andamento das conversas comerciais com parceiros específicos, Lutnick sugeriu que Trump tem rejeitado propostas para buscar condições mais vantajosas para os EUA.
“O que aconteceu foi que muitos, muitos países nos fizeram ofertas razoáveis para abrir seus mercados. Coisas como 50%, 30%”, disse Lutnick. “O presidente disse: ‘Não, não, eu quero os mercados completamente abertos'”, relatou. Segundo ele, “o preço de um acordo com os Estados Unidos da América é preto no branco: mercados completamente abertos”. Lutnick concluiu que o presidente sabe que pode “simplesmente definir a tarifa, estabelecer o preço e seguir em frente”.