As eleições na Bolívia, que acontecem no dia 17 de agosto, prometem, ao que tudo indica, eleger um candidato de direita. Os principais nomes na corrida, e inclusive à frente das pesquisas, são: o ex-presidente Jorge Fernando Quiroga Ramirez, de 65 anos, o “Tuto Quiroga”, que concorre pelo partido Aliança Liberdade e Democracia; e o empresário e engenheiro Samuel Doria Medina, do partido União Nacional, outro nome de direita com forte impacto nas pesquisas eleitorais bolivianas.
Na Bolívia, a direita vem conseguindo unir as classes sem difundir ideologias políticas radicais que, no Brasil, causaram uma verdadeira rachadura entre os brasileiros. O país andino faz fronteira com o Brasil em pouco mais de 3 mil quilômetros. A maior parte dessa fronteira é com o estado de Rondônia e é dividida pelos estados de Beni, Pando e Santa Cruz. O candidato à frente nas pesquisas eleitorais bolivianas indica que pretende manter relações de amizade com o governo brasileiro, principalmente no combate ao narcotráfico.

A Bolívia, segundo estudos do governo brasileiro em parceria com o governo boliviano, principalmente na gestão do presidente Luis Arce, cujo ex-ministro do Governo, Eduardo del Castillo del Carpio, que disputa a presidência pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido de esquerda, identificou que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) passou a ter tentáculos no país andino. Em maio, uma investigação levou à prisão do traficante Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, considerado o braço direito da organização criminosa. Preso na cidade de Santa Cruz de la Sierra, cidade apontada como epicentro do crime desta facção, o bandido foi deportado e banido do território boliviano.
Assim como na atual gestão Arce, os candidatos à presidência enfatizam que continuarão a parceria com o Brasil para capturar e prender criminosos brasileiros que se refugiam na Bolívia para perpetuar seus crimes. Inclusive, um deles menciona os trabalhos internos realizados pela Polícia Federal (PF) em solo boliviano. “O narcotráfico tem que ser combatido, e sabemos da importante presença da Polícia Federal brasileira na Bolívia. Acredito que, no futuro, não só a polícia brasileira, mas toda a comunidade internacional deverá se envolver”, explica Samuel Medina.