O Brasil saiu do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme um relatório apresentado nesta segunda-feira, 28 de julho de 2025, na Etiópia. O dado mostra que o país está novamente abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso a alimentos suficientes.
Os dados são parte do estudo “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 (SOFI 2025)”, elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU). A informação é um marco importante para a segurança alimentar do Brasil.
O que é o Mapa da Fome
O Mapa da Fome é um indicador global da FAO que aponta países onde mais de 2,5% da população sofre de subalimentação grave, caracterizando um cenário de insegurança alimentar crônica. Estar nesse mapa indica que uma parcela significativa dos habitantes não tem acesso regular a alimentos suficientes para uma vida saudável. O relatório SOFI divulga essa medição em médias trienais, usando informações dos últimos três anos.
O Brasil tinha alcançado essa condição favorável em 2014, mas infelizmente retornou ao Mapa da Fome no triênio de 2018/2020. Agora, no período de 2022/2024, o país conseguiu reverter a situação, voltando a ficar abaixo do limite de 2,5%.
Os fatores para a reversão do cenário da fome
Uma nota divulgada em Brasília pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome enfatiza que essa conquista foi alcançada em apenas dois anos. O ano de 2022 foi considerado um período bastante crítico para a fome no Brasil, o que valoriza ainda mais o resultado atual.
A saída do Brasil do Mapa da Fome é atribuída a decisões políticas do governo brasileiro. Essas decisões priorizaram a redução da pobreza, incentivaram a geração de emprego e renda, apoiaram a agricultura familiar, fortaleceram a alimentação escolar e ampliaram o acesso a alimentos saudáveis. Essas ações conjuntas foram determinantes para a melhora do quadro.
Como é feito o cálculo do Mapa da Fome
A FAO utiliza diversos indicadores para monitorar a situação alimentar dos países. O principal deles é a Prevalência de Subnutrição (Prevalence of Undernourishment – PoU), que é o dado fundamental para a construção do Mapa da Fome. Esse indicador identifica o percentual da população em cada país que está em risco de subnutrição.
O cálculo do PoU é realizado com base em três variáveis cruciais:
A quantidade de alimentos disponíveis no país, considerando a produção interna, bem como as importações e exportações.
O consumo de alimentos pela população, levando em conta as diferenças na capacidade de aquisição, ou seja, a renda das pessoas.
A quantidade adequada de calorias por dia, que é definida para um indivíduo médio representativo da população.