“Eu tinha muita dificuldade de mexer em um celular. Tinha, porque agora não tenho mais.” A afirmação, repleta de entusiasmo, é de Vanize Vasconcelos, de 70 anos, aluna de Recife (PE) do programa Computadores para Inclusão, do Ministério das Comunicações, que leva conhecimento e inclusão digital para todas as faixas etárias, de Norte a Sul do país.
Vanize faz parte dos 69,8% de pessoas idosas no Brasil que hoje têm acesso à internet e, melhor ainda, contam com letramento digital, preparo para utilizar novas tecnologias, aplicativos de conversas, bancos, serviços e redes sociais. Dados da PNAD Contínua 2024, divulgados recentemente pelo IBGE, mostram que o Brasil avançou de forma expressiva na inclusão digital da população com mais de 60 anos.
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destacou o avanço do Governo Federal ao investir em políticas públicas que ampliam o acesso à internet e, principalmente, preparam as pessoas para usar as ferramentas tecnológicas com segurança e autonomia.
“Vamos usar os dados da PNAD para mapear mais pontos onde podemos atuar com políticas públicas que garantam a inclusão digital de todos. A população idosa precisa ter independência, saber usar aplicativos de transporte, de banco, acessar serviços de saúde. O Computadores para Inclusão e o Wi-Fi Brasil são ações efetivas que estão melhorando a qualidade de vida das pessoas”, afirmou o ministro.
O Ministério das Comunicações atua em diversas frentes para avançar na inclusão digital, especialmente da população idosa. Por meio do Computadores para Inclusão, são oferecidas capacitações em informática básica, uso de celular e manutenção de computadores. O projeto também destina máquinas recondicionadas para associações de moradores, territórios quilombolas, áreas rurais e regiões remotas.
“Quem tem formação em tecnologia, se não se reciclar, acaba se tornando analfabeto novamente, porque a tecnologia muda a cada momento. Nunca é tarde para aprender e transmitir conhecimento. Faço tudo em casa, chamo Uber, compro o que preciso. Agora é só ligar, chegou”, conta Carminda Cândida da Costa Silva, de 72 anos, aluna do programa no Distrito Federal.
Já o programa Wi-Fi Brasil leva internet banda larga satelital gratuitamente ao cidadão. Morador da comunidade ribeirinha Araçá, em Porto Velho (RO), Francisco das Chagas Ferreira, de 72 anos, fala sobre a transformação em sua vida após a chegada do serviço. “Com acesso à internet, pesquiso muito. Vou deitar às 23h e fico até mais de 1h da manhã pesquisando. A internet trouxe inclusão para todos nós. Nossa vida melhorou 100% com essa antena digital. É através dela que temos contato com o outro lado do mundo. Nos comunicamos com familiares distantes e recebemos consultas sem precisar ir tão longe.”
Computadores para Inclusão
Por meio desse programa, os alunos aprendem, nos CRCs espalhados por todo o Brasil, a recondicionar computadores.
Os espaços, localizados nas capitais, recebem máquinas ociosas de órgãos públicos e bancos. Os equipamentos passam por triagem: os que podem ser recuperados vão para as mãos de jovens, adultos e pessoas idosas, que aprendem a consertá-los. As demais peças são descartadas sem danos ao meio ambiente.
Quando as máquinas são recuperadas e recebem “nova vida”, o Ministério das Comunicações as doa para locais que precisam, como escolas públicas e projetos sociais em áreas carentes e remotas.
Qualquer pessoa pode se matricular nos cursos gratuitos dos CRCs. Ao final, os alunos recebem certificados e novas experiências para fortalecer o currículo e ampliar as chances no mercado de trabalho.
Wi-Fi Brasil
O programa oferece conexão à internet em banda larga satelital de forma gratuita ao cidadão, com o objetivo de promover a inclusão digital em todo o território brasileiro. Ele é direcionado prioritariamente para comunidades em situação de vulnerabilidade social e em locais não atendidos por prestadoras de serviço de internet.