Para assegurar a plena operacionalidade da Estação Fluviométrica de Itacoatiara, localizada no Amazonas, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e a Marinha do Brasil, por meio do Centro de Hidrografia e Navegação do Noroeste (CHN-9), realizaram atividades de monitoramento geodésico e topográfico. O trabalho, executado em 16 de julho, teve como finalidade coletar dados sobre o nível do Rio Amazonas nesse trecho e determinar coordenadas geográficas e altitudes ortométricas na área da estação.
A Estação Fluviométrica de Itacoatiara integra a Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) e é uma ferramenta fundamental para o acompanhamento dos níveis dos rios. Os dados gerados por essa estação de controle são cruciais para estudos hidrológicos que subsidiam o planejamento de ações preventivas, visando reduzir os efeitos de estiagens e secas severas na Região Amazônica. Nesse contexto, a ação conjunta do SGB e da Marinha foi essencial para garantir a continuidade do trabalho de controle hidrológico.
Entendendo o Monitoramento Geodésico
O monitoramento geodésico consiste na medição e no acompanhamento de movimentações de estruturas ou áreas terrestres ao longo do tempo. Para isso, são utilizados equipamentos receptores de tecnologia GNSS (Global Navigation Satellite System), que determinam a posição e a altitude de pontos na superfície terrestre e em corpos hídricos com alta precisão.
Pesquisadores do SGB estiveram no local para instalar esses receptores GNSS de alta precisão nas referências de nível (RN) já existentes na seção de réguas. O objetivo foi obter as coordenadas geográficas e altitudes ortométricas, permitindo o monitoramento de possíveis alterações observadas nas leituras diárias da cota do Rio Amazonas nesta importante estação.
Benefícios e Importância do Mapeamento
De acordo com Carlos da Matta, técnico em geociências do SGB, a prática do nivelamento geodésico nas RN e a análise das cotas ortométricas adquiridas possibilitam a reconstrução de novos lances de réguas, caso ocorram danos. Isso garante que o histórico de monitoramento do rio não seja comprometido, assegurando a continuidade das leituras antes e depois de eventuais sinistros na estação fluviométrica. É relevante notar que o local da estação possui intensa movimentação aquaviária, e já foram registrados acidentes com embarcações que derrubaram lances de leitura do nível do rio.
Para a Marinha do Brasil, os números obtidos servirão como referência e balizamento no trabalho de batimetria para o mapeamento do leito do rio. Isso possibilitará a atualização das cartas náuticas e a oferta de informações essenciais para a segurança da navegação nesse trecho do rio, beneficiando toda a comunidade que depende do Rio Amazonas para transporte e subsistência.