O planeta Terra atingiu nesta quinta-feira, 23 de julho de 2025, o ponto de sobrecarga de recursos naturais para o ano. Isso significa que a humanidade consumiu, em apenas sete meses, todos os recursos que o planeta seria capaz de regenerar ao longo de 2025. A informação foi divulgada pela Agência Lusa, com base em dados de Lisboa.
Entendendo a sobrecarga global
Este marco anual é conhecido como Earth Overshoot Day, ou Dia da Sobrecarga do Planeta. Ele representa a data em que a demanda humana por recursos ecológicos e serviços da natureza excede a capacidade da Terra de se reabastecer nesse mesmo ano. A humanidade, portanto, utiliza a natureza 1,8 vezes mais rápido do que os ecossistemas podem se regenerar.
Quem faz os cálculos
Os cálculos são realizados pela organização internacional de sustentabilidade Global Footprint Network. Segundo a entidade, tudo o que for consumido a partir desta quinta-feira entra no “cartão de crédito” ecológico do planeta. A Global Footprint Network destaca que as emissões excessivas de dióxido de carbono (CO₂), o uso não sustentável de água doce, a derrubada de árvores e a pesca predatória são alguns dos fatores que contribuem para essa sobrecarga.
Impactos do consumo excessivo
A utilização de recursos além da capacidade de renovação da natureza esgota o capital natural da Terra. Isso compromete a segurança dos recursos a longo prazo, afetando especialmente as populações que já enfrentam dificuldades de acesso. A Global Footprint Network adverte que o excesso de emissões de CO₂ não causa apenas a perda de biodiversidade e o esgotamento de recursos, mas também pode estagnar a economia, elevar a inflação e gerar insegurança alimentar e energética.
Estagnação e alerta
Embora o Dia da Sobrecarga deste ano tenha chegado uma semana antes do que em 2024 (quando foi em 1º de agosto), a Global Footprint Network observa que a data tem se mantido relativamente estável nos últimos 15 anos. No entanto, a associação ambientalista portuguesa Zero enfatiza que, mesmo com a data não variando drasticamente, a pressão sobre o planeta continua a aumentar devido ao acúmulo de danos ambientais.
Propostas de soluções
A organização Zero defende a implementação de uma economia de bem-estar. Esta proposta visa redefinir a prosperidade para além do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), priorizando a saúde ecológica, a equidade social e o bem-estar humano. O objetivo é reorientar os sistemas de produção e consumo para que respeitem os limites do planeta, garantindo simultaneamente a satisfação das necessidades básicas e a qualidade de vida de todas as pessoas.
Um caminho para isso, segundo a Zero, é a criação de leis que assegurem os direitos das gerações futuras e a justiça intergeracional. Em Portugal, associações como a Oikos e a Último Recurso já estão elaborando uma proposta de lei nesse sentido.