Na terça-feira, 22 de julho de 2025, o renomado economista norte-americano e vencedor do Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, publicou um artigo no site Substack com fortes elogios ao sistema de pagamento brasileiro PIX. O título do artigo, “O Brasil inventou o futuro do dinheiro? E será que chegará para os EUA?”, questiona a resistência dos Estados Unidos em adotar um sistema similar e celebra o sucesso do PIX no Brasil. A publicação da Agência Brasil foi veiculada às 18h34, com origem em São Paulo.
Críticas de Trump e resposta de Krugman
O artigo de Krugman surge em um momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o PIX, alegando que o sistema eletrônico de pagamento prejudica empresas financeiras americanas de recebimento. Em contrapartida, Krugman, ao discorrer sobre as vantagens do PIX, aponta que o Parlamento dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que impede o Federal Reserve (banco central dos EUA) de criar uma moeda digital, que de certa forma, seria análoga ao sistema brasileiro.
Brasil como líder em inovação
O economista laureado faz uma provocação sobre as diferenças entre Brasil e Estados Unidos em termos de instituições e política econômica. “A maioria das pessoas provavelmente não considera o Brasil um líder em inovação financeira. Mas a economia política do Brasil é claramente muito diferente da nossa — por exemplo, eles realmente levam ex-presidentes que tentam anular eleições a julgamento. E os grupos de interesse cujo poder, pelo menos por enquanto, torna impossível uma moeda digital nos EUA parecem ter muito menos influência lá”, escreveu Krugman.
Vantagens e aceitação do PIX
Krugman destaca que o PIX brasileiro se sobressai por seu baixo custo e pela liquidação de operações em apenas três segundos, em média. Esse tempo contrasta significativamente com os dois dias necessários para cartões de débito e os 28 dias para cartões de crédito. Além disso, o custo de uma transação pelo sistema brasileiro para empresas e comerciantes é de apenas 0,33% do valor da operação, comparado a 1,13% para cartões de débito e 2,34% para cartões de crédito.
O artigo também menciona a ampla aceitação do PIX pelos brasileiros, sendo utilizado por 90% da população. Krugman conclui que “outras nações podem aprender com o sucesso do Brasil no desenvolvimento de um sistema de pagamento digital. Mas os EUA provavelmente permanecerão presos a uma combinação de interesses pessoais e fantasias com criptomoedas”.