O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a atual onda de extremismo político com o período de ascensão do Partido Nazista na Alemanha, na década de 1930. A declaração foi feita a jornalistas nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025, em Santiago, no Chile. Lula participou de uma reunião de alto nível sobre a defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric.
Ameaças ao Cenário Democrático
Lula enfatizou a urgência de defender a democracia. “A democracia corre risco com o extremismo como ocorreu na fundação do Partido Nazista”, disse. Ele reforçou a importância do “exercício da democracia, com tolerância, com respeito à diversidade, com respeito ao pensamento ideológico, com respeito à cultura de cada país, a cada religião”.
Além de Lula e Boric, o evento “Democracia Sempre” contou com a presença dos líderes Gustavo Petro da Colômbia, Pedro Sánchez da Espanha e Yamandú Orsi do Uruguai. As discussões focaram na defesa da democracia e do multilateralismo, combate às desigualdades e enfrentamento à desinformação digital.
Compromissos Globais pela Democracia
Após o encontro, os presidentes divulgaram uma declaração conjunta com compromissos em defesa da democracia. O documento, publicado pelo Palácio Itamaraty, destaca a promoção de um multilateralismo inclusivo, a reforma da governança global, o fortalecimento da diplomacia democrática e o compromisso com a paz e o direito internacional.
Tensão Tarifária com os EUA
Lula também comentou as tensões tarifárias com os Estados Unidos. O presidente Donald Trump tem imposto tarifas a vários países, incluindo o Brasil. Lula afirmou que não há uma guerra tarifária aberta, pois o Brasil não retaliou. “Guerra tarifária vai começar na hora que eu der a resposta ao Trump”, declarou, expressando otimismo por uma solução negociada e pedindo que empresários brasileiros conversem com seus pares nos EUA.
Continuidade da Iniciativa Global
O encontro no Chile é uma sequência de uma reunião em setembro de 2024, em Nova York, convocada por Lula e Pedro Sánchez. O próximo passo será em setembro, durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, com a expectativa de participação de líderes do México, Inglaterra, Canadá, Honduras, Austrália, África do Sul e Dinamarca.