Um estudo internacional publicado recentemente apontou que a desigualdade social tem impacto direto no envelhecimento das populações, acelerando processos degenerativos como o declínio cognitivo. A pesquisa analisou dados de mais de 24 mil pessoas em 28 países e concluiu que viver em sociedades desiguais compromete tanto a saúde física quanto a mental, especialmente entre os mais velhos.
Coordenado por cientistas da Universidade de Harvard e de instituições europeias, o levantamento mostra que idosos de países com altos índices de desigualdade apresentam desempenho inferior em testes de memória, atenção e raciocínio, além de maior incidência de doenças crônicas. O estudo controlou variáveis como renda individual, nível de escolaridade e acesso à saúde, e ainda assim encontrou forte associação entre desigualdade estrutural e envelhecimento precoce.
Segundo os autores, o estresse constante gerado por ambientes socioeconômicos desiguais contribui para o desgaste do organismo. “A desigualdade afeta o bem-estar de forma sistêmica. Ela mina redes de apoio, aumenta a insegurança e intensifica o estresse ao longo da vida”, destaca o relatório.
O Brasil, que figura entre os países mais desiguais do mundo, é citado na pesquisa como exemplo preocupante. Especialistas alertam que, sem políticas públicas efetivas de redução das desigualdades, o país tende a conviver com uma população idosa mais doente, dependente e com menos qualidade de vida.
O estudo reforça a necessidade de estratégias que combatam a desigualdade social como ferramenta para um envelhecimento saudável, além de investimentos em educação, saúde preventiva e inclusão social.