Durante entrevista ao Giro News, a advogada e especialista em direito minerário Dra. Tânia Sena trouxe esclarecimentos profundos sobre a realidade do garimpo no estado de Rondônia. Em um bate-papo direto, ela desmistificou ideias negativas ligadas à atividade garimpeira e defendeu um modelo de exploração legal, sustentável e fiscalizado com responsabilidade.
A doutora destacou que o garimpo, previsto na Constituição Federal, não é ilegal por natureza, e sim quando realizado fora das normas ambientais e sem licenciamento. Ela explicou com detalhes as diferenças entre os tipos de garimpo, como os realizados com dragas em leitos de rios e aqueles feitos em áreas secas, além de mencionar a diversidade mineral de Rondônia, estado com grande potencial em ouro, cassiterita, tantalita e até diamantes.
Um dos pontos centrais da entrevista foi o uso do mercúrio em circuito fechado, técnica utilizada há mais de duas décadas pelos garimpeiros legalizados e que, segundo Tânia, não gera contaminação ambiental. Ela criticou a abordagem de operações que queimam equipamentos sem seguir o devido processo legal, o que, segundo afirmou, gera ainda mais danos ao meio ambiente e prejudica famílias que vivem da atividade de forma regular.
A advogada defendeu o fortalecimento das cooperativas, e cobrou que o poder público atuasse como parceiro, e não como inimigo da regularização. Para ela, a legalização permite geração de empregos, arrecadação de impostos e fortalecimento da economia local. “Cada vaga no garimpo gera até cinco empregos indiretos na cidade”, pontuou.
Com dados sobre consumo de diesel, comercialização de ouro e impacto em oficinas e comércios locais, Tânia demonstrou como o garimpo é parte essencial da economia regional. Também convidou a sociedade a conhecer de perto essa realidade e combater os estigmas que rondam a atividade.
“Garimpo é lugar de gente trabalhadora, que quer crescer e viver com dignidade”, concluiu.