A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, morreu 32 horas depois de cair do vulcão Rinjani, na Indonésia. Essa é a estimativa dos peritos brasileiros que realizaram uma segunda autópsia no corpo da jovem. O resultado foi divulgado oficialmente nesta sexta-feira, 11 de julho de 2025, no Rio de Janeiro.
Cronologia da Tragédia e Causas da Morte
A cronologia estimada indica que a primeira queda ocorreu em 20 de junho, por volta das 17h, horário da Indonésia, quando Juliana despencou cerca de 220 metros até um paredão rochoso. Em um segundo momento, ela escorregou de costas por mais 60 metros, sofrendo uma segunda queda. O impacto resultou em lesões poliviscerais e politraumatismo, que provocaram uma hemorragia interna. Entre 10 e 15 minutos depois, por volta das 12h do dia 22, Juliana Marins faleceu. O corpo deslizaria ainda mais até o ponto onde foi encontrado, a 650 metros de profundidade.
O Resgate e as Críticas da Família
A primeira equipe de resgate partiu da base do parque quatro horas após o acidente. Segundo Mariana Marins, irmã de Juliana, a equipe do Basarnas, instituição nacional de resgate da Indonésia, desceu 150 metros de rapel, mas Juliana já estava em um ponto mais abaixo. Dois dias depois, ela foi localizada por meio de um drone térmico, indicando que ainda estava viva. No entanto, as equipes só conseguiram chegar até a jovem no dia 24, e o resgate do corpo ocorreu no dia 25.
Em coletiva de imprensa, Mariana Marins reforçou as críticas sobre a atuação das equipes de resgate, acreditando que uma ação mais rápida poderia ter salvado sua irmã. “Já sabiam que era um acidente grave. E estavam sem o equipamento correto para chegar até o local. São vários pontos a ser considerados”, desabafou Mariana.
Desafios da Perícia e Próximos Passos Legais
Os peritos brasileiros enfrentaram dificuldades na autópsia, como o fato de o corpo já estar embalsamado, o que comprometeu parte das análises. Contudo, vestígios no couro cabeludo permitiram estimar a hora da morte, e exames de radiologia confirmaram fraturas em costelas, fêmur e pelve, com intenso sangramento. O perito Reginaldo Franklin explicou que o embalsamamento, apesar de prejudicar algumas análises, possibilitou a conservação das lesões.
A defensora pública federal Taísa Bittencourt indicou três possíveis desdobramentos após a divulgação da autópsia. Na esfera criminal, a Defensoria solicitou à Polícia Federal a instauração de um inquérito para investigação, que dependerá de uma requisição do Ministro da Justiça devido ao princípio da extraterritorialidade. Na esfera cível, a família pode buscar indenização por dano moral na própria Indonésia. Por fim, a questão internacional pode ser levada a uma comissão de direitos humanos da ONU.