O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vai buscar ativamente novos mercados como alternativa para as exportações brasileiras. Essa medida é uma resposta ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% os produtos importados do Brasil. O ministro Carlos Fávaro declarou nesta quinta-feira, 10 de julho de 2025, que o governo brasileiro está empenhado em minimizar os impactos dessa decisão.
Estratégias de Diversificação e Ações Diplomáticas
“Vou reforçar essas ações, buscando os mercados mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global, que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras”, afirmou Fávaro em pronunciamento nas redes sociais. Ele adicionou que, enquanto as ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade, as ações proativas no Mapa focarão em minimizar os impactos econômicos.
A sanção de 50% anunciada por Trump em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (9) passará a valer a partir de 1º de agosto. Fávaro classificou a ação norte-americana como “indecente” e destacou que o governo brasileiro está agindo de forma proativa. Ele já conversou com as principais entidades representativas dos setores mais afetados, como os de suco de laranja, carne bovina e café, para encontrar alternativas e “ampliar as ações que já estamos realizando nos dois anos e meio do governo do presidente Lula em ampliar mercados, reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de crescimento para a agropecuária brasileira”.
No setor do agronegócio, os principais itens da pauta brasileira exportados para os norte-americanos são açúcar, café, suco de laranja e carne. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil preveem que um dos efeitos colaterais de curto prazo da medida deve ser a queda de preços no mercado interno, especialmente para as commodities agrícolas que deixarão de ser exportadas. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) já calcula que a medida de Trump tornará o custo da carne brasileira tão alto que inviabilizará a venda do produto para os Estados Unidos.