O governo federal está trabalhando para que o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) se estabeleça como uma política permanente de Estado. A informação foi divulgada pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministra, nesta terça-feira, 8 de julho de 2025, em Brasília.
“Nossa ideia é que a gente possa deixar tudo pronto para que essa política se torne uma política permanente”, afirmou a ministra. Ela explicou que, embora o plano seja a perenidade, não haverá uma edição em 2026, dado que é um ano eleitoral com mais restrições para concursos. A proposta é que o CPNU siga um caminho similar ao do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), passando por aperfeiçoamentos a cada edição até atingir um “voo de cruzeiro” de estabilidade.
Parceria com a Enap e Periodicidade do CPNU
Para concretizar essa visão, Esther Dweck destacou a parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap). “A decisão nossa foi justamente, nessa edição do CPNU 2, chamar a Enap para estar mais próxima na execução do concurso”, explicou a ministra. A Enap foi responsável pela contratação da banca examinadora e assumiu a execução do concurso, em forte colaboração com o Ministério da Gestão e Inovação, que atua como gestor da política.
A ideia é que o concurso unificado ocorra periodicamente, a cada dois anos. “A gente espera que, a partir de 2027, ele volte e tenhamos novas edições. A ideia de ser bianual seria uma ideia bem razoável, de dois em dois anos”, disse Dweck. O objetivo é promover concursos com menos vagas por área, mas com maior frequência, evitando “grandes choques de gerações” no serviço público.
Diálogo com o Ministério Público Federal (MPF)
No âmbito do CPNU, a ministra Dweck também mencionou que a pasta está em diálogo e prestando esclarecimentos ao Ministério Público Federal (MPF). Na semana passada, o MPF solicitou a suspensão imediata da segunda edição do concurso.
Em janeiro, o MPF já havia recomendado ao ministério e à Fundação Cesgranrio, banca organizadora do CPNU, a suspensão da divulgação dos resultados finais da primeira edição do certame. A recomendação ocorreu devido a falhas no cumprimento das regras relativas a cotas raciais previstas na legislação brasileira.