O debate, que opôs novatos a um veterano, não definiu um vencedor, especialmente entre os eleitores indecisos. Além disso, os analistas consideraram que faltaram temas importantes que afetam atualmente a Bolívia e que poderiam ter influenciado a decisão dos eleitores indecisos, tais como a escassez de combustíveis, a falta de dólares, a mineração ilegal, a saúde, a educação e a agropecuária.
Nas redes sociais, o candidato à Presidência da Bolívia e ex-ministro do governo de Arce, Eduardo del Castillo del Carpio, chamava os seus apoiantes. Poucos minutos antes do debate realizado pela Red Uno, Castillo afirmou estar pronto e que a sua proposta de governo se focaria numa Bolívia inclusiva. Do Movimento ao Socialismo – Instrumento Político para a Soberania dos Povos (MAS-IPSP), Eduardo del Castillo, 36 anos, é advogado, casado e tem duas filhas. Ele se declara político de esquerda, do mesmo partido que elegeu Evo Morales (2006-2019), ausente desta campanha eleitoral por decisão judicial.
Ver essa foto no Instagram
Como ministro do governo, buscou combater o narcotráfico, mapeando pela primeira vez a atuação do crime organizado por estados. Isso foi fundamental para a destruição de fábricas e laboratórios de pasta base de cocaína. Além disso, a Bolívia, em cooperação com o Brasil, realizou ações de investigação e prisão de foragidos brasileiros, deportando bandidos de alta periculosidade que atuavam em solo boliviano.
Ver essa foto no Instagram
Apesar dos serviços prestados ao país no governo de Luís Arce, as pesquisas colocam Del Castillo em 7º lugar na corrida presidencial, com 1,4% das intenções de voto. Em primeiro lugar segue o candidato Samuel Doria Medina com 19,6% das intenções. De acordo com a pesquisa publicada pela Red Uno, ele venceria a disputa se as eleições ocorressem neste momento.
Medina é um empresário e político boliviano, formado em Finanças Públicas pela London School of Economics. É conhecido por apostar em negócios lucrativos no país andino. Ele já esteve à frente da maior empresa de cimento do país, a Sociedad Boliviana de Cemento, vendida em 2014 ao Grupo Gloria por cerca de R$ 300 milhões. Atualmente, Medina é proprietário da rede hoteleira COMVERSA, incluindo o arranha-céu Green Tower, o mais alto da sede do governo, localizado em La Paz.
Na disputa presidencial boliviana, logo atrás de Medina está Jorge Fernando Quiroga Ramírez, o “Tuto” Quiroga. Ele foi o 62.º presidente da Bolívia e, com 16,6% das intenções de voto, tenta retornar ao Palácio Quemado. Foi também vice-presidente na gestão de Hugo Banzer, entre 1997 e 2001. Para as eleições de 2025, Quiroga apresentou sua candidatura presidencial pela coligação Aliança Libre (Libertad y República), que inclui a Frente Revolucionária de Esquerda (FRI) e o Movimento Democrata Social (MDS).