Até o próximo dia 06 de julho é possível votar na obra “Do mar do Caribe à beira do Madeira: a travessia de uma família de Barbados para o Brasil”. O livro está entre os finalistas do Prêmio Nacional de Afroliteratura Infantojuvenil Erê Dendê. A autoria é da bibliotecária, escritora e pesquisadora Cledenice Blackman, servidora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama.
“Esse prêmio é inédito, ou seja, I edição. E sou a primeira porto-velhense indicada ao prêmio”, explica a autora. “O nosso livro está participando como único representante a ocupar o segundo lugar em votação e demonstra a força das pesquisas identitárias étnicos raciais. Geralmente premiações como estas ficam para escritores(as) da região Sul/Sudeste e jamais para nossa região multicultural amazônida”, acrescenta Cledenice.
O resultado preliminar será divulgado junto com as obras premiadas no dia 15 de julho de 2025, no site e nas redes sociais do Prêmio Erê Dendê. A disputa em que está o livro da porto-velhense é pela categoria infantojuvenil. Entre mais de 80 obras concorrendo, “Do mar do Caribe à beira do Madeira” está no momento em segundo lugar, tendo chances de avançar na disputa de votos.
Livro
A iniciativa valoriza produções literárias externas ao público jovem que celebra a cultura afro-brasileira e as tradições de matriz africana. O livro de Cledenice, em versão bilíngue (português/inglês), foi desenvolvido a partir do projeto de extensão “Cine Itinerante: Educação, Arte e Cultura Cinematográfica em Instituições de Ensino”, aprovado pelo Edital FUNCULTURAL de 2023 com recursos da Lei Paulo Gustavo.
Em 2024, o projeto foi institucionalizado por meio do Edital nº 3/2024/PVCAL – CGAB/IFRO, e culminou na publicação da obra que agora ganha destaque nacional. Atualmente, Cledenice está afastada de suas atividades no IFRO para realizar seu pós-doutorado em História da Amazônia na Universidade Federal do Pará (UFPA), sob a supervisão do Professor Dr. Décio Marco Antônio de Alencar Guzmán. Sua produção acadêmica e cultural é educação, identidade afrodescendente e valorização das narrativas da diáspora negra na Amazônia.
Com ilustrações de Flávio Dutka, tradução de Wany Sampaio e projeto gráfico de Israel de Souza, a obra narra a história de uma família que migra de Barbados para a região amazônica brasileira, traçando conexões entre o Caribe e o Rio Madeira. Além de integrar o prêmio Erê Dendê, o livro também está inscrito no prestigiado Prêmio Jabuti 2025.
Cledenice Blackman é doutora em Educação, membro da Academia Rondoniense de Letras, integra o Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia e Tecnologias (GET/IFRO) e o Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual na Educação (NUDISE/Unesp/Marília). Sua atuação é marcada por projetos que valorizam o patrimônio cultural afrodescendente, a inclusão e a educação crítica.